Nos últimos 60 anos, diversas pesquisas arqueológicas descobriram pontos com arte rupestre no Paraná, sejam pinturas ou gravuras – método pelo qual se desenha por incisões na superfície da rocha. Segundo a arqueóloga do Museu Paranaense Cláudia Inês Parellada, existem sítios arqueológicos com arte rupestre espalhados pelo estado inteiro, mas a maioria não é aberta à visitação pública, porque está em locais de difícil acesso ou mesmo devido à sua fragilidade. “Muitas pinturas foram danificadas ou destruídas por pessoas que achavam que esses desenhos indicavam tesouros escondidos, por vandalismo ou até pelo gado que se coçava nas rochas”, observa.
Os pontos de arte rupestre estão principalmente na região que se estende entre Ponta Grossa (Campos Gerais) e Sengés (Norte Pioneiro). A área é rica em arenito, um tipo de rocha sedimentar na qual – apesar de bastante frágil – as pinturas se conservam mais. Os desenhos podem ter sido feitos por povos Umbu (caçadores-coletores), que chegaram há cerca de 9 mil anos, e povos “Jê”, como os Itararé-Taquara (agricultores e ceramistas), que começaram a ocupar o território há 4 mil anos.
Guartelá
A região de Tibagi (Campos Gerais) possui diversos blocos de arenito com pinturas rupestres, com idades que variam entre 2 mil e 7 mil anos. Elas costumam retratar cenas de caça e pesca, além de figuras geométricas e animais. Parte dessas pinturas pode ser visitada dentro do Parque Estadual do Guartelá, a 18 km da cidade, numa trilha que demora cerca de três horas e meia para ser percorrida a pé. O número de visitantes é limitado a 40 por dia e é preciso contratar, necessariamente, uma das três operadoras de turismo especializadas na trilha: Guartelá Ecoturismo (www.tibagiturismo.com.br / 42-3275-1357), Tibagi Aventuras (www.tibagiaventuras.com.br / 42-3275-2778) ou Itaimbé do Guartelá (www.trilhasguartela.com.br / 42-8874-7430). O parque funciona de quarta a domingo e feriados, entre 8 e 16h30. Também na região do Guartelá existem trilhas com pinturas rupestres em outros pontos, como o Recanto Ecológico da Dora (42-8855-5661) e a Fazenda São Damásio. Mais informações na Secretaria Municipal de Turismo: 0800-6431388 / 42-3916-2150 / 42-3916-2149.
Museus
Na área externa do Museu Regional do Iguaçu, que funciona na Usina Hidrelétrica Ney Braga, em Reserva do Iguaçu (Centro-Sul do Paraná), o visitante pode conhecer algumas gravuras rupestres, com predominância de formatos circulares, em dois blocos de basalto que foram recolhidos do vale do Rio Iguaçu durante o resgate arqueológico que antecedeu a criação da Usina Hidrelétrica de Salto Caxias. O atendimento é feito de segunda a sexta-feira, das 9 às 12 horas e das 13 às 17 horas. Telefones: (42) 3675-1801 / 3675-1803. Em Curitiba também é possível conhecer alguns fragmentos e fotografias de arte rupestre, além de alguns pigmentos utilizados nas pinturas, na exposição permanente do Museu Paranaense, que funciona de terça a sexta, das 9 às 18 horas, e aos sábados e domingos, das 10 às 16 horas. O Museu Paranaense fica na Rua Kellers, 289, no Alto São Francisco (41-3304-3300). Tanto o Museu Regional do Iguaçu quanto o Paranaense têm entrada franca.
Serra do Pirahy
Em Piraí do Sul (Campos Gerais), o visitante da Pousada Serra do Pirahy pode conhecer bem de perto algumas pinturas rupestres, geralmente com formatos geométricos, presentes em rochedos da propriedade. O passeio é conduzido pela direção da pousada e dura cerca de três horas. O valor para quem quer apenas fazer a trilha é de R$ 10 por pessoa. O visitante também tem a opção de almoçar (R$ 25) e tomar café da tarde (R$ 12). O local oferece apartamentos e um chalé para hospedagem. Mais informações: www.pousadaserradopirai.com.br / (42) 3237-3402. Localização: PR-090, km 159 (sentido Piraí a Ventania).
Pedra da Pintura
Situada a apenas 8 km do Centro de Jaguariaíva (Campos Gerais), a Pedra da Pintura contém desenhos, já um pouco desgastados, que representam animais. Ela abre o passeio pelo Parque Estadual do Vale do Codó. O parque não tem equipe própria de recepção e o acesso é livre, mas recomenda-se contratar alguma das operadoras de turismo locais, até mesmo por questão de segurança: a Adventours Friends (42-9613-1490) ou a Bioritmo (42-9686-1503). No mesmo passeio é possível conhecer a cachoeira Véu da Noiva e o Lago Azul.
Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?tl=1&id=1474676&tit=Desenhos-de-um-Parana-bem-antigo
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